domingo, 24 de janeiro de 2010

220

Hora-do-almoço de um domingo como qualquer outro. Depois de encher a cara na noite anterior, como também é de praxe em um sábado comum e acordar tarde, perdendo a metade do dia, depois que o sol já passou acima de nossas cabeças.
Deitado na cama olhando o teto, ao som de John Lennon, Elton John ou quaisquer John's que seja, pensando numa notícia, ou, bad new, como um amigo costuma dizer.
Aquela angústia volta a tona, mais uma vez, de pensar na nossa mísera existência. "o que somos, pra onde vamos..."
Ai. Isso dói um pouco.
Me dá vontade de reunir todo mundo, os amigos mesmo, até os que não se dão muito bem, mas fazer isso por mim mesmo, afinal, o ser humano é meio egoísta, não é verdade?
Aproveitar as últimas horas do nosso domingão-do-faustão como se fossem as últimas, e como se fosse o último. Sorrir, brincar, abraçar, beijar, chorar.
E acordar cedo na bendita segunda-feira pensando o mesmo, que sempre vai ser a última, que sempre será o último.
As últimas horas, os últimos minutos, segundos, últimos beijos, últimos abraços, últimas músicas ouvidas, músicas vividas, últimos livros lidos, os últimos filmes assistidos, o último amor-platônico, o último cigarro, a última vez que a gente pisou na grama e tomou banho de mangueira, o último orgasmo, o último suspiro, a último episódio daquela série, o último sorriso recebido, a última gargalhada, a última piada contada, última mentira, último telefonema, último Doritos, último banho de chuva, o último Último que tivemos.
Talvez, o segredo. Talvez.
Let it be Let it be.
Como eu amo vocês.
Preservem-se. Cuidem-se.
Por favor, façam isso por mim, afinal...
Rilbert Andrade.